sábado, 19 de dezembro de 2009

Sevilla tremeu ..........

Achei que terremoto fosse algo que só existia na televisão, mas quarta-feira (16) estava eu e o pessoal aqui no piso, recém-chegados de um flamenco, quando de repente sentimos o chão, o prédio, a mesa, enfim...tudo tremer! Quem me conhece sabe que não sou das pessoas mais tranquilas e fiquei logo assustada. Achei que o prédio fosse cair ou algo do tipo.

Uns minutinhos depois, uma colega aqui de Sevilla abre uma conversar comigo no msn e pergunta: você sentiu algo tremer? O que foi isso?
E eu lá sabia...mas foi quando comecei a desconfiar de que deveria ser um terremoto. Na verdade, isso passou até passou pela minha cabeça antes, mas deixei pra lá. Entrei na internet e vi que realmente tinha acontecido um abalo no mar ao sul de Portugal. No outro dia, saiu no jornal a intensidade do maldito que quase tirou meu sono: 6,7 na Escala Ritcher (que vai até 9). Relativamente alto, mas como o epicentro foi distante, sentimos pouco (o suficiente pra eu brigar com os meninos que menosprezaram meu medo, hahaha).


A propósito, o Google (sempre ele) disse que se você estiver num apartamento quando acontecer um terremoto, o melhor a fazer é ficar em baixo de uma mesa protegendo a cabeça com uma almofada. Não entendi como a mesa nem a almofada vão ser úteis se o prédio desabar, mas fica a dica.




segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Brazil com Z

Vale a pena dar uma conferida no relato que Luiz Paulo fez para o Brazil com Z, um blog que conta a experiência de brasileiros fora do país. Ele está sendo agora administrando por Glenda, que mora em Sevilla há um tempinho e nos ajudou bastante durante o tempo que estamos aqui...

domingo, 29 de novembro de 2009

Marrocos



Há uma semana atrás estávamos embarcando pro Marrocos eu, Luiz Paulo, Mirella, Natália e Flávia. A soma dos fatores passagem barata (14 euros ida e volta pela ryanair) + proximidade (fica a menos de uma hora de Sevilla) + curiosidade de conhecer um país mulçumano, africano e árabe motivou a viagem e lá fomos nós munidos de toda insegurança e desconfiança que nossa educação ocidental tratou de cultivar em relação aos que vivem do lado de lá.

Chegamos em Fez às 10h e depois de ver os letreiros do aeroporto escritos em árabe, a ficha caiu: "estamos do Marrocos". Passamos pela imigração e não imaginava que iria me deparar com três atendentes mulheres. Do lado de fora, Mohammed estava nos esperando para nos levar até o Hotel. Ligamos no dia anterior e pedimos um transfer, que saiu por 200 dh (pouco menos de 20 euros). A gente poderia até ter pego um táxi ou um petit taxi que sempre tem de monte no aeroporto, mas como a gente ainda não estava muito por dentro do funcionamento das coisas por lá, preferimos não arriscar e terminou que Mohammed ficou como nosso guia durante todos os dias.

Guia no Marrocos, ao menos pra quem é marinheiro de primeira viagem feito nós, é indispensável. Tudo é tão incrivelmente diferente que não custa nada ter alguém que conheça o lugar pra acompanhar.

Chegamos no Hotel Zarhir Al Jabal, que por sinal era ótimo, e de lá fomos almoçar na Mc Donalds de Fez, que ficou sendo nosso point noturno durante todos os dias. Ninguém do grupo tava muito afim de conhecer a gastronomia marroquina, muito menos eu que sou chata ao cubo com comida e a Mc acabou sendo uma boa opção, porque era barata e ficava num lugar mais alto da cidade, de onde dava pra ver toda a medina (a parte medieval, onde tem o mercado, as lojas, etc. quem viu "O clone", vai saber).

E foi lá justamente onde gastamos nossa primeira tarde. Pelo que eu tinha lido na internet, a medina deveria ser algo super chocante, sujo e mal-cheiroso, mas foi bem mais que isso. Foi fantástico ver as tapeçarias, cerâmicas e os trabalhos com couro marroquino. Eles são realmente bons de artesanado e de comércio, para o que eu não tenho a mínima paciência. Eles tem o costume de negociar em tudo, desde um chaveirinho de 10 dh a qualquer outra peça mais cara. Eles já sabem que você é turista e botam um preço lá em cima, aí você desiste, diz que não quer, e eles sempre retrucam: "quanto você acha que vale?" ou "quanto você pode dar". Quem tem saco fica lá negociando o preço, eu como não tinha nenhum, desistia de comprar, na maioria das vezes.



Na loja de couro, o comerciante grudou em mim só porque eu perguntei quanto custava uma bolsa de couro de camelo. Eu nem sabia direito se queria mesmo comprá-la e perguntei por curiosidade, até porque quem me conhece sabe que adoro saber o preços das coisas. Enfim, ele disse um preço absurdo para o meu bolso de estudantebrasileiravivendonaeuropaedandoumpulonomarrocos e simplesmente disse, ok, obrigada. Como a gente demorou muito na loja, ele ficou até irmos embora perguntando quanto eu poderia dar e me oferecendo a bolsa por 1 milhão de preços diferentes, mas nada disso foi suficiente para eu levar. No final, já estava irritada e louca pra sair da loja.

A regra é simples. Como turistas seremos sempre roubados. Se tiver paciência e gostar de negociar, converse com o vendedor e se ele não fizer o seu preço, vire as costas e vá embora. Eu particularmente acho isso horrível, mas em Fez (e dizem que no Marrocos, em geral), até que funciona. Mas tem uma ressalva. Acho que alguns comerciantes já sacaram essa dica do "vire as costas" que está em qualquer site ou guia de viagem ao Marrocos e alguns deles são bem firmes no preço e no desconto estabelecido.

Bem, mas o legal da medina não são só as compras, e sim a possibilidade de ver os marroquinos no dia a dia. Passamos por várias mesquitas e a hora da oração é realmente sagrada para eles. Uma rádio de alto-falante chamam todos para a mesquita e aí realmente se vê todos (ou quase todos) se dirigindo a ela e nós, claro, não podemos entrar.

Só pudemos conhecer a mesquita de Mekness (uma cidadezinha perto de Fez) em que a Mesquita é aberta para os turistas. O que mais me impressionou, além de arquitetura, é a acústica do lugar. Qualquer coisa que se fale, ecoa por todos os lados da mesquita, onde vão homens e mulheres mulçumanos, e as crianças só a partir da puberdade.



Atentado terrorista

O título é só exagero, mas é que aconteceu um pequeno incidente quando estávamos indo para Volubilis, uma cidade a 30 minutos de Fez. Estávamos passando por um mercado um tanto quanto caótico, cheio de gente, carros e ovelhas. Na direção contrária vinha um ônibus de turismo da Alsa, uma cia espanhola. Aí foi quando vimos uma pedra sendo atirada contra o ônibus. Tudo bem. Todos felizes, filmando, Mohammed, nosso guia, contando sobre o mercado e bla bla bla e eis que jogam uma pedra que quebra o vidro lateral do nosso carro. Por sorte, ninguém se machucou (nessa hora eu lembrei o que me minha mãe tinha me dito: "seu plano de saúde não cobre o Marrocos"), mas na hora eu simplesmente me abaixei (Natália e Mirella não, e não sei por que) e pela minha cabeça só passavam pensamentos do tipo "meu deus o que eu estou fazendo aqui? porque eu vim pra cá? vão jogar pedras por todos os lados e vamos morrer apedrejados e o carro saqueado"). Luiz Paulo conseguiu emitir a frase "Mohammed, por favor, vamos para as ruínas!! (ele se referiu às ruínas romanas que estávamos indo conhecer)

Bem, o cara acabou de ter o vidro do carro (que não era seu) quebrado e claro que ele não iria para ruínas nenhuma. Ele simplesmente parou o carro no meio da rua (eu continuava abaixada atrás do banco) e foi ver o que estava acontecendo. A sorte foi que as pessoas que rodeavam o carro estavam relativamente calmas e dizendo que não tinha sido elas que atiraram a pedra. Foi quando percebemos que não iríamos morrer apedrejados e que não viriam pedras de todos os lados. Nessa hora eu me levantei (tremendo, claro) e fomos para a delegacia que , graças a Deus, ficava a 50 metros do lugar.



Paramos ali e sentamos no pátio da delegacia, enquanto Mohamed resolvia o problema. Choramos, comemos, nos acalmamos e rimos. Uma hora depois veio o policial pedindo desculpas, dizendo que ninguem tinha nada contra os turistas, que provavelmente tinha sido um louco quem tinha feito isso, etc e tal. No final das contas, tentaram achar o louco e a família do louco pra pagar o vidro, mas não conseguiram. Segundo Mohamed, ele mesmo, então teria que pagar. Ficamos com pena, mas duvidamos um pouco da cara de coitadinho que ele fez, e de qualquer maneira, não tínhamos dinheiro para ajudar.

Fomos, finalmente, ver as ruínas romanas (esses romanos estão em todo canto!). Tiramos um milhão de fotos, achamos tudo muito bonito, mas a verdade é que estávamos um pouco cansados e desgastados depois do ocorrido. Seguimos para Mekness, onde vimos um dos 123435 palácios reais e a mesquita voltada para turistas. Voltamos para o hotel e terminamos o dia, claro na Mc Donalds.

Caminhar a noite por Fez é meio esquisito. Nosso grupo era de 4 mulheres e um único homem. Homens, aliás, é o que só tem na rua, nos bares e restaurantes durante a noite. Me senti bem acuada. Onde estavam as mulheres de Fez? Juro que tento olhar pra isso com um mínimo de alteridade, mas não consigo. Acho que o conselho que li em todos os sites de viagem de não ir ao Marrocos só com mulheres é bastante válido. Não que necessariamente vá acontecer alguma coisa, mas acho que a presença de homens no grupo nos deixa menos vulneráveis.


No último dia, tínhamos a opção de conhecer os montes de Medio Atlas, a floresta de cedros, etc, mas optamos por ficar em Fez, passear de novo pela medina e comprar mais algumas coisinhas. Como já estávamos craques no quesito negociação, conseguimos (ou melhor, o pessoal conseguiu) preços bem melhores. Pra quem quer e pode comprar, realmente é o paraíso. O saldo final foi um lencinho nada marroquino, enfeites para a casa, chaveiros, brincos e uma boa dose de experiência.

Não dá pra dizer que é uma viagem relaxante e extremamente divertida. É essencialmente turística e relativamente tranquila, ao menos, no nosso caso. Tudo é diferente demais, então fica um pouco difícil se sentir completamente à vontade. Naturalmente, tudo gera desconfiança e isso se deve de certo modo a nossa ignorância ou a nossos conceitos pré-formulados sobre a cultura árabe e islâmica. Enfim, saldo positivo e rumo a Lisboa rever os amigos!!!

sábado, 21 de novembro de 2009

Run Forrest, run...


Não tem jeito. Não adianta chiar. Quem constrói a imagem do Brasil fora do país som
os nós mesmos. Infelizmente.

Festa Erasmus na Caramelo (uma boate daqui) não são muito a minha praia, mas logo no começo da semana soube que o tema da dessa quarta-feira seria Brasil. Soube também que tinha uns brasileiros organizando e soube ainda que teria coxinha, brigadeiro, bem casado, pão de queijo e outras coisinhas que tava doida pra comer. Não tinha porque não ir, mesmo com imagens bizarras de gringos europeus dançando loucamente na boate rondando minha cabeça. Aliás, tinha todos os motivos pra ir. Afinal, soube que tinham gravado até um cd só com músicas brasileiras.

Mas é que o repertório brasileiro é muito diversificado. Deveria ter me lembrado. De verdade que não queria (nem poderia esperar) que tocasse super sambas, chico buarque ou qualquer coisa inserida na chamada ""mpb de qualidade". Um pagodão, um pancadão alá tati quebra-barraco ou bonde do tigrão tava valendo pra me sentir "em casa". Era o que eu mais queria, depois de dois meses sem festinhas recife´s style, com sambinhas, bandinha recifenses, etc e tal. Tive que me contentar, no entanto, com uns funks cariocas que eu nunca ouvi na vida e que o pessoal dançava bizarramente. Mas tudo bem, teve o hino do Brasil em ritmo de batucada.

Foi bonito, se não tivesse sido seguido por duas mulatas - que nem brasileiras deviam ser - subindo no palco e dançando... samba? Não, era Perla. Porra, mulata semi-brasileiras dançando com shortinho na bunda música de sub-celebridade (como diria meu amigo André) é demais. Piraptxuru, piraptxuru e lá se foi meu orgulho nacional. E parece que foi um dos poucos que se foram.

O pior é que nem dava pra dizer que a vergonha era "alheia". Era, em parte, minha também, né?
Ainda bem que tiveram as coxinhas, os bem-casados e os pães de queijo ....
fica a lição: fugir de festas "brasileiras"

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sevilla em Hollywood


Fiquei sabendo hoje que Tom Cruise e Cameron Diaz devem chegar aqui em Sevilla por esses dias para gravar as cenas finais do filme Wichita ,de James Mangod (não faço a mínima idéia de quem seja). Ainda não passei por lá, mas ja soube também que várias ruas do centro já estão interditadas em alguns horários e isso está gerando a maior polémica na cidade. Uma dessas ruas é a Av. de la Constitución, que é somente a principal do centro e onde tem os principais pontos turísticos de Sevilla, tipo a Giralda, o Real Alcazar, etc. As gravações vão durar 3 ou 4 semanas e quem sabe eu não esbarro com Tom Cruise por aí ...

domingo, 15 de novembro de 2009

Sobre Madri (com atraso) ...


Os sevillistas que gritaram "Puta madri, puta capital" no jogo do Sevilla contra o Real tinha razão mesmo. Madri realmente é uma puta capital, no sentido brasileiro da expressão. Pude comprovar isso no fim de semana retrasado (é, tô um pouco atrasada na postagem) quando junto com Luiz Paulo peguei um ônibus da Cia Socibus (30 euros ida e volta) e depois de seis horas estava na cidade rival de Barcelona. Essa, por sinal, perde feio, na minha opinião.

Chegamos umas dez da noite e fomos direto pra Alcalá de Henares, uma cidade que de trem fica a 40 minutos de Madri. É pequenininha, mas é bem simpática. Foi onde Cervantes nasceu e tem uns bares de tapas bem legais. Fomos recibidos por Patrícia, prima de LP, que no final nos presentou com um saudoso camarão ao leite de coco!

A rotina foi bem cansativa, porque acordávamos relativamente cedo (umas dez) e passávamos o dia todo em Madri. O ponto negativo de não estar hospedado lá mesmo, foi que não pudemos conhecer a noite madrileña a fundo... Apesar disso, acredito que os 4 dias que passamos lá foi suficiente pra dar uma boa geral nos principais pontos da cidade.



Palácio Real



A antiga sede da monarquia espanhola ainda recebe jantares oficiais hoje em dia. É incrivelmente lindo e bem conservado, principalmente as peças de tapeçaria. Guarda o luxo e a ostentação de qualquer residência real, mas vale a pena. Foi uma das poucas atrações que precisei pagar - 3,50, se não me engano - para entrar em Madri (ao contrário de Barcelona).


Templo Debod



Uma mini-construção egípicia no meio da Europa. Isso, na verdade, foi um presente do governo do Egito em agradecimento a alguma ajuda prestada pelo governo espanhol. O que importa é que isso aí no final da tarde e comecinho da noite é simplesmente lindo. Tudo bem que a iluminação ajuda bastante mas como fica num ponto relativamente alto de Madri, é possível ver a cidade toda e, principalmente, um pôr-do-sol mais bonito que o da Praia do Jacaré (viu, larissa?).



Gran Via

Esse foi um outro ponto por qual passei várias vezes, principalmente depois do espírito semi-consumista que assumiu o corpo de Luiz Paulo nos últimos meses. Como ele mesmo disse, nunca fomos a Nova York, mas com certeza deve ser algo parecido com essa rua. Tem mil e uma lojas e teatros para todos os lados. Está infestada de letreiros, carros e gente, mas é muito boa para passear, mesmo pra quem não quer (ou nao pode) comprar nada.


Plaza Mayor


Bares e artistas aí é o que não falta. O melhor é ir direto ao Museu do Jamón e pedir um croissant de jamón e queso por um euro, acompanhado por uma bebida que vale um euro também. Esse foi um daqueles pontos por quais passei várias vezes, só pra olhar o movimento e coisa e tal.


Puerta do Sol

Uma praça gigante onde funcionada tipo o marco zero de Madri. Passagem obrigatória, claro.


Museu de Reina Sofia




Se não me engano, é de graça aos sábados depois das seis horas. Essa é a hora da farofa, principalmente porque estávamos no meio de um feriadão. Mas a farofa é organizada. A quantidade de obras é tanta, que a melhor opção quando o tempo está muito apertado é pegar o guia do museu e selecionar as obras ou artistas que você quer ver. Foi o que fizemos e deu super certo. Consegui ver Guernica, de Picasso e é super fácil de identificar onde está. Se você vir de longe um amontoado de gente tirando fotos em torno de algo não-identificado, é Guernica na certa. Mas o museu também vale a pena por outros pontos. Fora outras obras de Picasso, o acervo também conta com peças de Dali, Miró, Magritte e outro artistas que não lembro mais. E sem falar nas fotografias e propagandas de governo durante a Guerra Civil Espanhola. Diante de tudo isso, desnecessário dizer que o Reina Sofia é parada fundamental pra quem vai a Madri.


Museu do Prado

Diferentemente do Reina Sofia, o acervo não é composto por obras modernas ou contemporâneas, mas conta com pinturas de artistas como Botticelli, El Greco, Rembrandt, sem falar de Velasquez e suas "meninas" e de Goya. É um museu bem didático, com quadrinhos explicando e contextualizando a maioria das obras. Isso é bem importante para os não entendedores de arte, feito eu.

Parque do Bom Retiro

Absurdamente grande, lindo e frio. Resolvi conhecer o parque justo no único dia que fez friozinho em Madri e logo quando estava totalmente desprevenida. Mas o piquenique a base de doritos, ruffles e chocolate ajudou a esquenta (ou não).

El rastro




Há quem diga que é uma feira como outra qualquer. E deve ser mesmo. Mas como eu gosto muito de feiras, mercados e lugares cheio de gente vendendo e comprando coisas baratas, não poderia deixar de ir. Realmente é um tend-tudo a céu aberto: de livros, a casacos, botas, cds, calcinhas e outras coisas mais. O meu saldo foi um livro, um sobretudo,uma bag pra câmera, um vestido e uma satisfação do tamanho do mundo.


El tigre

É o lugar pra quem gosta de tapas baratas e não faz questão de comer em pé e espremido. Por "míseros" dois euros você leva um prato relativamente grande de tapas variadas (tortilla, pão, jamón, chorizinho, patatas bravas) e mais uma bebida. Queria ter ido de novo.





Provavelmente devo ter esquecido de algum outro ponto turístico, mas é que agora não me vem mais nenhum à cabeça. Deixei de lado a visita ao campo do Real Madri. Primeiro porque torço pelo Sevilla (???) e depois e PRINCIPALMENTE porque custa 15 euros para fazer um tour pelo estádio, o que pra mim é altamente dispensável. Quinze euros são três promocões no Mcdonalds ou sete tapas com bebida no El Tigre. Também não fui na Plaza de Toros. O lugar ficava meio afastado de todos os outros pontos turísticos - embora Madri seja bem grande, as principais atrações estão de certo modo concentradas - e imagino (só imagino) que não deva ser muito diferente da Maestranza daqui de Sevilla.

Mas enfim...Madri tem um quê de grandiosa e um cosmopolitismo - típico de qualquer grande capital - na medida certa, sem muitos excessos. Turistas tem muitos mas em nenhum momento me senti sufocada por isso. Madri, se não for, chega bem perto da imagem pré-construída na minha cabeça do que seria Europa, já Barcelona, nem tanto - e não é isso que tira seu mérito, claro.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O que estou estudando....

Dando uma pausa no assunto "viagens", vou falar um pouquinho sobre o que estou pagando aqui na Universidade de Sevilla. Como disse num post anterior, a faculdade me surpreendeu bastante positivamente. E agora que ja escolhi minhas cadeiras definitivamente, posso dizer que além de uma puta estrutura pra uma faculdade de comunicação, ela também oferece bons professores e boas asignaturas, se você souber escolher.

Estou pagando 3 cadeiras: Periodismo político internacional, relaciones internacionales e historia de españa actual. Na primeira, a professora é uma simpatia, fala muito mas parece ser bem experiente e acho que vai ser bem produtiva, porque vou ter que fazer um zilhao de crônicas internacionais e outras atividades. Só estou com medo do meu espanhol ainda pouco fluente, principalmente no texto, mas ao menos isso vai me forçar a escrever.

Em Relaciones Internacionales, o professor é super metódico, tem 500 formas de avaliação, passa prácticas, que são mini-trabalhinhos, toda semana, mas toda essa organização dele é um estímulo danado pra estudar.

Historia da España é a cadeira que mais me empolga porque sempre tive muita curiosidade de entender alguns pontinho intrigantes, como a monarquia, as autonomias, os gitanos e, claro, a guerra civil espanhola e o período franquista. Acho que aos poucos vou colocando algumas coisas interessantes aqui (alguém quer saber???hahaha)

Sim, também estou fazendo aula de español de graça na Universidade. Antes de começar, achei que seria um curso bem mais ou menos, porque pensei "curso de graça pra estrangeiro não deve prestar"... eu e meus pensamentos do Brasil...

Mas a verdade é que nunca fiz um curso de línguas tão bom em toda a minha vida. É o estilo de aula que eu gosto, sem mil joguinhos e bolinhas na parede pra acerta o alvo (como diz meu pai). Minha professora é basca, de Bilbao. Ela é bem chatinha pessoalmente, mas a aula dela é ótima. Tem gente que nasceu para ensinar e, além disso, ela tem uma super experiência com ensino para estrangeiros. Fica falando sempre "ah, os portugueses tem muita dificuldade com esse assunto", "os franceses se confudem nisso", "os tchecos - alguem aqui é da República Tcheca? - costumam não entender esse uso muito bem" ....


Enfim, acho que é isso..

Agora vou tentando equilibrar o ritmo de estudos com o de viagens. Próxima parada será Madri, na quinta-feira.

sábado, 17 de outubro de 2009

Porque Barcelona vale a pena

Las Ramblas

A maior concentração de turistas por metro quadrado. Japonês, chines, italiano, peruano, americano, essa rua é a parte mais babilônica de Barcelona e a mais fake. Inúmeros cafés, restaurantes, barzinhos, supermercados, lojinhas de souvernirs, hotéis, albergues, tudo com um preço um tanto quanto salgado. A rua tem um calçadão central, onde ficam os artistas fazendo umas perfomances legais e pedindo que você dê aquele trocado, na maioria das vezes, merecido. Ao final, tem o Monumento à Colón, onde a vista da cidade é lindíssima.


Port Vell

Logo depois do Movimento à Colón, o lugar é cheio de decks para olhar a paisagem do Mediterrâeneo. Mas também é lotado de turistas e de gente querendo roubá-los. Foi lá que roubaram a bolsa de Luísa, com todos os documentos, inclusive, o passaporte. um susto.


Bairro Gótico

A parte mais antiga de Barcelona, e sem dúvidas, a mais bonita. O bairro é cheio de resquícios medievais, incluindo a Catedral de Barcelona (construída entre o século XIII e XV) e o Museu da História da Cidade.


Museu da História da Cidade

Ainda não tive a oportunidade de conhecer muitos museus por aqui, mas este, sem dúvida, foi um dos mais interessante e bem estruturados que já fui. O museu conta a história antiga da cidade, desde a época em que se chamava Barcino, no ano não sei quanto A.C. O mais impressionante é ver ruínas de construções do Império Romano e acompanhar toda a evolução da cidade, da antiguidade e idade média.


Museu Picasso

Só de pode ver ao vivo os quadros de Picasso já fiquei bastante impressionada. Mas o museu, em termos de estrutura e organização deixa um pouco a desejar. Você fica meio perdido


Sagrada Família

Linda, porém em obras. O templo, projetado por Gaudí - aliás, em barcelona o que não falta são coisas de Gaudí - só vai ficar pronto mesmo em 2082.O museu que tem dentro da Igreja me ajudou bastante a entender um pouco o trabalho desse arquiteto, que deixou sua marca por todos os cantos de Barcelona, virando praticamente um ícone da cidade. Bem que eu queria ter subido no elevador e apreciado a vista, mas a fila enorme, com duração mínima de duas horas (segundo a plaquinha) não me deixou aproveitar o passeio por completo. Queria estar viva pra poder voltar e ver o projeto concluído. Mas se nem o coitado do Gaudí, que passou mais de dez anos da sua vida pra projetar aquilo, vai poder, quem sou eu pra querer né?


La Pedrera e Casa Battló

Minha pirangagem me permite apenas comentar a fachada dessas duas construções de Gaudí. São lindas, exóticas e de fora, ja deu pra notar que valia a pena ter entrado. Quem não quiser pagar ingresso pro La Pedrera, pode ir até o fundo da lojinha de souvernir porque de lá é possível ver o interior do prédio, e até tirar umas fotos legais.


Parq Guell

Mais Gaudí. Se eu tivesse idéia da imensidão do parque, teria reservado mais tempo para curti-lo. Não deu pra ver muita coisa, mas o lugar (e a vista) é lindo. Os jardins, as árvores, as construções, tudo é bem interessante de ver.


Barceloneta

A praia fica em Barcelona, mas só quem vai nela são os turistas. Como eu fazia parte desse grupo, fui até lá e molhei meu pé no mar Mediterrâneo, que, por sinal, é gelado. Foi uma experiência engraçada ir pra praia na Europa. Ao mesmo tempo em que vi a maioria das pessoas de roupa, sentadas na areia e tal, vi também umas 3 pessoas nuas. A praia não tem aquela quantidade insuportável de barraquinhas ocupando toda a faixa de areia, mas, em compensação, também não tinha o calor, o amendoim cozido nem o caldinho de camarão das minhas praias.


Camp Nou

É o estádio do Barça. Gigantesco e lindo por fora. Mas 17 euros era too much pra entrar e conferir. Me contentei com a lojinha mesmo.


Bosque das Fadas

Esse bar, que faz parte do Museu de Cera de Barcelona, foi feito pra quem leu Harry Potter. Eu me senti em Hogsmeade tomando cerveja amanteigada que Harry tomava com Hermione e Rony. O bar faz total jus ao nome e parece realmente um bosque de fadas, com umas plantas, cascadas e um bonecos de cera que parecem brinquedo assassino. Ele é bem carinho, mas valeu a pena ter ido.


Shoko

É uma das milhões de boates do Port Olimpiq, o ponto de baladas caras de Barcelona. Mas como a gente foi uma segunda-feira, ganhamos flyers e pudemos entrar grátis. Nada como conhecer um brasileiro, pernambucano e ainda rubro-negro que trabalha no lugar e fez questão de colocar todo mundo na área vip da boate, que só tocava hip hop e o house de sempre e todo lugar...


Museu de História da Catalunya

O museu é simplesmente fantástico. Foi o último lugar que visitei em Barcelona e funcionou como uma propaganda super bem sucedida a favor dos catalães, depois de 5 dias recebendo fora deles. Mas como nada poderia ser perfeito, depois de sair e ir na lojinha a procura de um livro sobre a história da Catalunya, vejo que só tem edições em catalão e voltei a ter raiva de todos eles de novo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

I love Barcelona???


Barcelona não é Espanha. E Barcelona é o que? É Catalunya. E Catalunya é o que?
Viajei pra Barcelona na última quinta com uma visão meio romântica da cidade, do seu povo e da sua luta. Depois de conhecer os principais pontos turísticos durante seis dias, saí de lá sentido que não conheci verdadeiramente a cidade, ou talvez, a cidade que tinha na minha cabeça, na realidade, não existia.

Achei que ia me deparar com um lugar onde a identidade cultural seria muitíssimo forte e o que vi foi uma Barcelona abarrotada de turistas de cada canto do mundo e com 500 mil pontos de visitação feitos sob medida para esse público, que, por sinal, me inclui. Todos os lugares são absurdamente lindos, desde Barceloneta, ao bairro gótico ou a Sagrada Família e as demais construções de Gaudí, sem falar nos inúmeros museus de história, arte moderna, contemporânea, barroca, erótica, tudo para atender a qualquer um que chegue. Talvez seja aí onde mora o problema. Descobri que Barcelona não tem uma identidade, mas várias, muitas, do árabe, a peruana, pasquitanês, espanhola, boliviana, brasileira,ou qualquer outra.

Aparentemente, tudo cabe ali. Seria impossível eles se sentirem espanhóis ou pertencentes a qualquer outra nação, que não a Catalunya. Mas não aquela que a gente imagina, de raízes fortíssimas e sim uma cheia de cores, caras e vozes diferentes, que encanta pela diversidade mas assusta um pouco.

O apego saudável às origens que pensava que iria encontrar pareceu ser algo mais presente no discurso do que na prática mesmo. No dia a dia, essa defesa da raízes se traduz em antipatia e tratamentos bem mal educados com quem vem de fora, qualquer um. É muito contraditório pra uma cidade que de tão turística acaba se tornando meio "fake", e perde um tiquinho de seu encanto, que não é pouco. Barcelona é linda, enlatada e pronta para o consumo. No entanto, vale a pena.



quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A gente no Blog do Torcedor

Somos tão pé quentes que no primeiro jogo que fomos do Sevilla FC, o time bateu o Real Madrid por 2 X 1. E ainda saímos no Blog do Torcedor. Eu, claro, representei o Sport que, por sinal, foi fundado no mesmo ano que o Sevilla, 1905.

Acessem e confiram:

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogdotorcedor/canais/torcedornomundo/2009/10/07/classico_dos_classicos_em_sevilla_55370.php

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Puta Madrid, puta capital!

Um domingo tipicamente brasileiro. Almoço em "família" e futebol em seguida. A diferença é que el partido foi entre Sevilla e Real Madrid pelo campeonato Espanhol. O ingresso estava a 110 euros no pior lugar, mas mesmo assim entramos. Como pagamos por tudo isso? Não pagamos. Minha convivência com membros da Torcida Jovem do Sport me ensinou a esperar até os últimos 10 minutos de jogo e entrar de graça no estádio. Foi inacreditável.

Primeiro chegamos cedo - umas sete horas - no Nervión Plaza, que fica do lado do estádio do Sevilla. O jogo era as 21h e, enquanto não começava, ficamos peruando ao redor do estádio, olhando o movimento, tirando mil e uma fotos e esperando os onibus com os jogadores do Real e do Sevilla chegarem. Enquanto isso, conhecemos um torcedor sevillano - que era a cara de Hugo Chávez - que adorou o fato de sermos do país que vai sediar as Olimpíadas de 2016 e derrotou Madri na eleição. Foi muito interessante ver como eles tem uma rivalidade com a capital e um sentimento de injustiça cultivado. Ele disse que sempre são roubados nos jogos com os times de madri e barcelona e que tinha ficado muito feliz por Madri não ter sido a escolhida pra receber os Jogos.

Quando o ônibus do Real Madrid chegou ao campo, o grito de guerra era "puta madrid, puta capital!"... Acho que era um sentimento meio parecido ao que eu - e todos os rubro-negros - sentiram no jogo Sport x Corinthians, na final da Copa do Brasil, em 2008 (aproveito pra lembrar que o Sport foi campeão). As músicas que eles cantam pro Sevilla são muito lindas, fiquei arrepiada quando vi, e me senti como se fosse torcedora sevillana desde pequenininha. Aderi à causa.

Por sinal, o cara com que a gente estava conversando odiava Kaka e dizia que Gutie (jogador do Real) era maricón (Gutie Maricón, Gutie Maricón!!!).

Fomos pra um barzinho perto do estádio para assistir o primeiro tempo do jogo, comemos na Mc e fomos pra frente dos portões para entrar nos minutos finais. Encontramos um grupo de gaúchos que deram a alegre notícia de empate do Sport contra o Grêmio e aí, os portões se abriram. Simplesmente não acreditei quando entrei correndo naquele estádio e vi o pessoal louco gritando pelo Sevilla. O melhor é que eles cantavam Gipsie King: Djobi djoba cada día que te quiero más, djobi djobi e lalalala. Fiquei eufórica, cantei tudo, o Sevilla ganhou por 2 X 1 e nem Kaka nem Luís Fabiano fizeram gol.

Voltar pra casa foi a maior tranquilidade. Pegamos um ônibus, esperamos 20 minutos, e com mais 20 estávamos em casa, sem nenhum atormento. Talvez o domingo não tenha sido tão tipicamente brasileiro assim, mas foi inesquecível.

Aí vão algumas fotos:









sábado, 3 de outubro de 2009

O CAC é universal




Eu que pensava que ia chegar na Espanha, entra na Facultad de Comunicación de la US e encontrar um ambiente super diferente do CAC-UFPE. É engraçado como as coisas são. Na porta do prédio ultramodernoso (essa parte não é parecida, diga-se de passagem), encontro um monte de gente com ares alternativos,e algumas vezes até meio teenager a la High School Musical. Não que as pessoas aqui não sejam ultra estilosas 24 horas por dia, mas na FC parece que todo mundo queria ser um pouco mais, não dava pra ser básico, usar uma calça, um tenis e uma blusinha. Tem que ter algum bregueço no cabelo, as roupas tem que ser cheias de sobreposições, nada muito simples. Parece que o ar "queremos ser diferente" do CAC é mesmo universal.

E não que eu não goste disso. Gostei porque me senti em casa, se não fossem as megas instalações e estúdios de Tv que encontrei, além das salas imensas e equipadas com data show, computador, etc. Esse negócio de reservar data show no DCOM com não sei quantos dias de antecedência não tá com nada por aqui!Mesmo com toda essa modernidade, eles usam quadro de giz, como assim? O professor vai escrever no quadro e faz aquele barulhinho horrível, argh ...



Nem tudo são flores. Na primeira semana de aula, aquela mesma historinha da UFPE. O professor tal só vai dar aula na semana que vem, o outro tá doente, só no mês que vem. Aí tem aqueles que foram pra um congresso e também não iam poder dar aula. Mas tive até sorte. Das quatro cadeiras que assisti, gostei de duas: Sociologia da Cultura e Relações Internacionais. Nessa o professor era tão metódico, que me confundiu com os seus 500 sistemas de avaliação continuada, mais os pontos extras e bla bla bla, mas entendi o principal, que era de que eu tinha que fazer tudo e cumprir todos os trabalhos.

Mas foi na sua aula que me dei conta de onde realmente estou e com quem estou convivendo. Falando sobre a colonização francesa, inglesa e portuguesa nos países do sul, ele fez questão de ressaltar (uma mea culpa) que os colonos espanhóis tiveram uma peculiaridade. Eles não chegaram à América com a intenção de matar ou de fazer um genocídio (embora tenham dizimado os incas, maias, astecas, só pra dar um exemplo). A justificativa é que eles chegaram ATÉ a se misturar com os povos americanos, vejam que coisa! Me senti mais aliviada em saber que toda a matança foi sem intenção e comecei até a simpatizar com o processo de colonização europeu.

Mas, enfim, vou dar um desconto. Do mesmo jeito que a gente passa boa parte do Ensino Fundamental ouvindo que Duque de Caxias foi o herói na Guerra do Paraguai ou que Calabar traiu Pernambuco na luta contra os holandeses, eles por aqui também devem ouvir algumas outras coisas bizarras sobre a história deles. Na verdade estou até torcendo para o professor dizer mais coisas do tipo. Discordâncias à parte, é muito interessante observar como eles enxergam a América Latina, o Brasil, e, consequentemente, a gente mesmo.

Olimpíadas e Patriotismo

Nem sei o quanto a responsabilidade de sediar umas Olimpíadas - assim como também uma Copa do Mundo -vai ser bom para o Brasil, mas que eu fiquei muito feliz de o RJ ter sido a escolhida para ser a sede, isso fiquei. Primeiro porque derrotou MADRID justamente num diaem que meu vizinho espanhol, sem motivo nenhum, veio reclamar do barulho das cadeiras a noite, e dizer que acorda às seis da manha e bla bla bla (e ele não era um velho, ele tinha 25 anos no máximo). Acho que essa história de Olimpíadas nem afeta a todos aqui - pelo menos, em Sevilla - mas me senti vingada, não sei porque.

Lula mais uma vez deu um show discursando, e deixando de lado as críticas a seu governo, ele emociona, sempre! Uma das coisas que mais senti saudade foi poder ligar a TV às 20h da noite e ver o casal Bonner (meu pai vai me matar) fazendo uma mega cobertura do evento. Tive que me contentar com o youtube mesmo.

Passada a euforia e o sentimento patriótico repentino, espero que meu senso crítico volte e, logo mais, eu passe a duvidar novamente dos reais benefícios que essas Olimpiadas podem trazer pro Brasil. Mas que de 2014 a 2016 o país vai parar, isso vai. E que vão se dois anos de festa também. E eu vou estar lá pra ver, curtir e depois falar mal =)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mira, mi piso

Algumas fotos da Calle Virgen de La Cinta e de mi piso, vale?!








domingo, 27 de setembro de 2009

Mangueira assassina




Estar num país diferente - principalmente quando esse país é espanha - pode proporcionar situações pelo menos hilárias. Q uem acompanha o blog de Luiz Paulo , ja pôde ver o post feito por eles sobre minha relação com os animais aqui em Sevilla e o episódio dos cachorros brigando em cima de mim.

Hoje estava eu e ele na parada de ônibus esperando por Raquel - nossa compañera de piso que perdeu a conexão e só se juntará à casa amanhã - quando, de repente, vem dois homens vestindo roupa laranja e portando uma mangueira com um jato de água fortíssimo. Eles saem andando pela calçada e espantando (pedindo licença, talvez) quem passa pela frente. A cena foi engraçadíssima porque essa parada é justamente o local de embarque e desembarque dos onibus do aeroporto. Então tinha gente puxando as malinhas e fugindo da água, enquantos os laranjinhas pediam para sair. Eu achei tão engraçado que fiquei estática olhando a cena e, do nada, a mangueira veio para cima de mim e eu me vi correndo da mangueira. A cena foi ridícula, porque poderia ter sido evitada se, simplesmente, o cara tivesse abaixado a mangueira enquanto eu e as outras pessoas saíam. Mas não foi isso que aconteceu e me escondi junto com um casal atrás de parada de ônibus. Coisas de Sevilla.






ps; finalmente comprei minha câmera e agora ficarei insuportável tirando foto de tudo quando é coisa =))
ps2: estou preocupada com a violência nas terras espanholas. Por esses dias, vi na capa do jornal que havia aumentado o número de mortes violentas. Agora são quase quatro por mês em toda a Espanha. Acho que o número diario em Recife ultrapassa pelo menos o dobro disso. É só ver o pebodycount


sábado, 26 de setembro de 2009

Aniversariando na Europa

Fazer aniversário longe de casa é um tanto quanto estranho. Não tem 500 mil presentes, nem 500 mil parabéns. Principalmente quando você está num país onde você conhece no máximo cinco pessoas. Mas a experiência compensa qualquer ausência de cor no seu dia "especial"

Almoçamos o velho macarrão com salsicha porque ainda não aprendemos que tipo de carne comprar por aqui. Carne bovina - minha preferida- é muito cara e ainda não sei escolher carne de porco. Hoje, talvez, vamos comprar um frango empanado, pra variar um pouco. O detalhes é que ainda, assim como todos da casa, não me acostumei com o horário daqui. Estamos funcionando no fuso de Recife: tomamos café às 14 (quando lá são 9h), almoçamos àh 17h ou 18h (12h) e jantamos perto da meia-noite. Ontem nao foi diferente.

Passei o dia em casa, a maior parte dormindo. Fui tentar comprar minha câmera (meu presente de aniversário), mas não encontrei a que eu queria, por isso estou saindo hoje de novo para procurar. O passeio valeu a pena para ver uma partezinha do Nervion Shopping e conhecer EL Corte Ingles, uma loja gigante, onde vende calcinha, dvd, bolsa, eletrônicos, comida, tudo que você imaginar. Só o preço que é um pouco salgado, mas ja que não paga pra olhar...

O jantar de aniversário foi no Mc Donaldos. Uma hamburguesa con queso que custava 1 euro. Mc aqui não é tao barato não, é mais caro que em Portugal, na verdade. Uma promoção do Big Mac (a único menu idêntico ao do Brasil) sai por 5 euros e 40, se não me engano. Em Lisboa, eu vi por 4,40. 1 euro faz muita diferença =)

Enfim, terminamos a noite na Alameda de Hércules, no Centro. Um lugar bem mais agradável que a Alfafa. É uma calle gigante, cheia de barzinhos e pessoas bebendo e comendo na rua. Gente de todo tipo: jovens, adultos, velhos, crianças, familias, tem pra todos os gostos e estilos. Sentamos com Glenda e Paulo, um casal de Pelotas que vive aqui há uns 4 anos e que super ajudou com dicas sobre a cidade. A noite foi ótima, mas bem curtinha já que a partir da 1h é proibido beber ou comer nas ruas. É uma lei municipal feita para coibir os chamados botellones, porque antes era muito comum as pessoas - jovens, principalmente - ficarem bebendo nas ruas durante a madrugadam, o que resultava às vezes em bagunça. Os policiais, então, chegam calma e civilizadamente pedindo para que todos entrem nos bares e se levantem do chão. É interessante como as pessoas abrem mão de certas liberdades individuais para manter a ordem. Parecem que aqui existe uma consciência pública, coisa que talvez esteja um pouco em falta no Brasil.

A parte hilária do dia ficou por conta dos cachorros soltos pela Alameda. Eles ficam brigando um com o outro no meio das pessoas. Uma dessas era eu. Um pastor alemão e um cachorrinho brigando e vindo para cima de mim. Quase fiz um escândalo, mas me segurei e, no máximo, fiz uma cara de "me tirem daqui!". Mudei de lado e voltei a conversar. Eu sabia que essa história de cachorro andar solto na rua não ia dar certo.



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Demorei, mas cheguei!

Adiei muito para começar a posta nesse blog, mas enfim parece que me veio uma inspiração legal para contar (quase) todos os pontos dessa viagem. O principal motivo para a demorar foi a difícil escolha do nome do blog. Depois de muito pensar e ouvir sugestoes bizarras (não é, larissa?), escolhi essa talvez não menos bizarra...

O meu maior medo de todos nessa empreitada passou e foi o aeroporto. Deus do céu, como temia aquela hora de entrar no portão de embarque! Não suportava a ideia de deixar minha casa, minha família, minhas coisas, meu lugar pra entrar num universo, que por mais curioso que fosse, nao fazia a mínima como funcionava. Esse momento foi até bastante rápido (gracias) e nao me deu brecha para refletir muito sobre o que essa viagem significava.

O que importa é que depois de quase oito horas de um voo bastante tranquilo, com diversas opções de entretenimento (das quais só fiz usos do sleep mode) cheguei ao quintal europeu. E que quintal, viu?? Todo mundo fala que Portugal é sujo, provinciano, dentre varios outros 'defeitos', que brasileiros - talvez por simples despeito ou espírito de vingança - adoram ressaltar sobre os nossos amigos lusitanos. A verdade é que Lisboa me pareceu muito limpa e organizada. É bem provável que encontre por aqui outros lugares mais limpos e organizados também, mas nada o mérito português.

Ficamos no Alfama Patio Hostel por uma noite e o bairro por si só já valeu a escolha. O albergue não era lá essas coisas (esse discernimento só tive quando cheguei em Sevilla), mas a localização na zona histórica da Alfama, onde as ruas se confundem com becos e as igrejas tocam sinos a cada 60 minutos, já compensam qualquer desconforto. O ambiente do hostel é bem familiar e a vistadá de frente para o rio Tejo, mas as instalações realmente deixam um pouco a desejar. Os ursinhos de pelúcia velhos pendurados no quarto, por exemplo, eram totalmente dispensáveis, o banheiro podia ser de um tamanho que me permitisse fazer todos os movimentos necessários para tomar banho, trocar de roupa, coisas básicas… Whatever, estou na Europa

Depois de passar a tarde rodando no Centro Comercial Colombo atrás de um laptop, me bate o arrependimento repentino de nao ter comprado um de doze polegadas... Enfim, eu provavelmente ja previa no meu subconsciente o que viria em seguida.

Saímos da Alfama no domingo perto das 9h para pegar o voo as onze e cinco para sevilla. Como economia é a palavra-chave para viagens por aqui - principalmente porque estamos pagando em euro - resolvi pegar um autobus com luiz paulo para o aeroporto, enquanto as meninas depois de perceber que o ônibus iria demorar muito, resolveram (sabiamente) pegar um táxi que lhes custou apenas 6 euros e uns quebrados.

Cheguei correndo pelo aeroporto de Lisboa (que agora está mais aeroporto, segundo o anúncio publicitário) e quasi perdi o vôo para Sevilla. Entrei no embarque na última chamada e a atendente quando viu nossas caras, disse: podem descontrair!




Mas antes disso, não pudia sair de Portugal sem ouvir uma pérola. Quando perguntei ao funcinário qual era meu portão de embarque, ele disse:
- É um retangular com a numeração em cima…

Pelo menos fiquei sabendo que meu portão não era um redondo!


SEVILLA

A chegada em Sevilla foi muito tranquila. O avião era um ovo, mas o serviço de bordo era ótimo e tive a brilhante de ideia de guardar o sanduichinho que eles serviam para comer depois. Pegamos um ônibus em direção a calle Menendez Pelayo, onde ficava o nosso albergue, o Samay. O problema é que paramos muuuito longe pra quem estava carregando duas malas, uma mochila, uma bolsa e um notebook (laptop é coisa de velho, segundo Luísa). Meu Deus, como minhas mão doíam, o suor pingava, e a vergonha batia das pessoas olhando pra gente na rua. A gente não podia nem tirar onda de mochileiro, porque tenho certeza que eles não carregam tantas malas. Foi a economia mais mal feita que já fiz aqui, deveríamos ter pego um táxi, claro! E não daria mais que cinco euros. Enfim, com um tempo a gente vai aprendendo ... Mas a cena foi
hilária =))


SAMAY


O Hostel de Sevilla é bem mais organizado, LIMPO e mais aconchegante, até. Só faltou um ar condicionado no quarto pra aliviar o calor, que ainda está intenso. É Recife sem a brisa!

Esse lance de albergue é muito engraçado porque tem gente de tudo quanto é canto e uma hora você fala portugûes, outra ingles e outra espanhol, que por sinal percebi que não estou tão ruim de ouvido assim. A única coisa chata é ter que ficar se preocupando com as malas e com as coisas espalhadas pelo quarto. No meu, além de Luisa, Luiz Paulo e Natalia, tinha Carmen (uma menina austríaca) e um italiano que nao sei o nome.

O recepcionistsa (é assim que chama??) do albergue era argentino e ficou colocando músicas brasileiras pra tocar, tipo Natiruts, Tribo de Jah, era reggaeiro. Agora lembrei que a mulher do albergue de Portugal conhecia Spok Frevo Orquestra. Hahaha

Eu quis apresentar´referências de qualidade pro cara, tipo Nação Zumbi e tal, e Luiz Paulo já veio com Exaltasamba... Não aguento essa fase pagodeira interminável que ele vive..

PRIMEIROS DIAS (EN RESUMO)

Nesses 3 dias aqui em Sevilla deu pra notar que a cidade é bem caliente e já estou torcendo para que o clima mude logo. Faz 36 graus de tarde e as espanholas teimam em usar lencinho no pescoço nesse calor infernal. Eu e Natália como queremos ficar iguais a elas também estamos fazendo isso. hahaha

Pra aliviar o calor nas ruas, a prefeitura coloca tipo umas tendas para proteger do sol. Pelo menos em Santa Cruz, o único bairro que conheci por inteiro até agora, funciona assim ja que as ruas sao bem estretinhas. Podiam fazem isso no vuco vuco de Recife também, ia aliviar bastante.


O povo aqui parece ser bem simpático e prestativo. Todas as vezes que paramos para pedir informações são super solícitos, mas não parecem ter muita paciência para dúvidas ou informações mal compreendidas. Eles e os portugueses deviam dar certinho, por isso que a União Ibérica não vingou.

Uma coisa que notei foi que os cachorros andam soltos na rua e odeio isso. Luiz Paulo diz que eles são educados, mas não sei não. Bicho é bicho e quero distância. Mas uma coisa que tá me parecendo universal é essa coisa do dono levar o cachorro pra fazer coco na rua. Tudo bem que aqui não é uma privada a céu aberto feito é em algumas ruas de Recife, mas tem muito coco pelas calçadas.


PISO

O que a sorte não faz, hein?! Depois de ouvir de todo mundo que estava muiti difícil alugar apartamento e de ligar pra vários números e ouvir o velho "ya está alquilado", conseguimos un piso bem melhor do que imaginávamos. Tudo isso por pura sorte.

A gente foi olhar um apartamento velho e acabado em Los Remedios. Chega fiquei deprimida, quando olhei e pensei logo "nao quero passar cinco meses aqui nao!". Quando descemos do prédio, um brasileiro ouviu a gente conversando alto pela rua e chegou pra falar com a gente. Era Paulo (Pablo, por aqui), um paulista que mora em Sevilla há sete anos e vive fazendo bico como garçom, etc.

No começo fiquei meio noiada. Ele foi tão prestativo (e tinha uma tatuagem da Gavioes da Fiel) que achei que fosse traficante ou cafetão (será que sou noiada??). Mas no final das contas, ele nos apresentou umas estudantes de Santa Catarina, super simpáticas, que tinham acabado de alugar um apartamento. A gente terminou achando pela internet um outro que também ficava em Los Remedios. Paulo com seu espanhol super fluente ligou e fomos visitar imediatamente. As propietárias eram duas senhoras que falavam super rápido e engoliam as palavras, Dona Patrocínio e sua irmã.

Ficamos encaantados com o apê que tem quatro quartos, cozinha toda equipada, varanda e é super novinho. Saiu por 860 euros, que dividido por cinco, ficará em torno de 170 ou 180 pra cada um. Tirando o fato que tivemos que desembolsar, além do aluguel, mais dois meses de fianza, o preço ficou bem justo. A localização é ótima (em Los Remédios), mas à noite é tão silencioso que se você falar um pouquinho mais alto, a rua toda escuta. Ontem mesmo estavámos conversando na sala e o vizinho de baixou bateu no teto (nosso chão) com a vassoura para reclamar do "barulho".

Enfim, foi um bom negócio, fechado em menos tempo que o previsto.


ERASMUS E A SWINGUEIRA

Ontem (quarta-feira), passamos o dia fazendo faxina, limpando o chão, banheiro, cozinha, tirando as roupas da mala, etc e tal. Á noite, resolvemos dar o ar de nossas graças nos bares sevillanos e fomos encontrar um pessoal de direito na Alfama, uma área cheia de bares e boates no bairro de Santa Cruz. Andamos quase uma hora pra chegar lá, mas a paisagem e a sensação de tranquilidade vale super a pena. O que não valeu muito foi entrar no Elephunk de graça. A boate - calorenta - estava cheia de estudantes Erasmus. Pensem num lugar com maior concentração de gente tosca, doida, e que dança mal por metro quadrado. Dá até pra fazer uma analogia com a galera que curte siwngueira e vai pro recife indoor. Bem que me avisaram pra fugir de festa dos Erasmus. O lugar era uó, a consumação era cara. Realmente, to em outra vibe ...