segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mira, mi piso

Algumas fotos da Calle Virgen de La Cinta e de mi piso, vale?!








domingo, 27 de setembro de 2009

Mangueira assassina




Estar num país diferente - principalmente quando esse país é espanha - pode proporcionar situações pelo menos hilárias. Q uem acompanha o blog de Luiz Paulo , ja pôde ver o post feito por eles sobre minha relação com os animais aqui em Sevilla e o episódio dos cachorros brigando em cima de mim.

Hoje estava eu e ele na parada de ônibus esperando por Raquel - nossa compañera de piso que perdeu a conexão e só se juntará à casa amanhã - quando, de repente, vem dois homens vestindo roupa laranja e portando uma mangueira com um jato de água fortíssimo. Eles saem andando pela calçada e espantando (pedindo licença, talvez) quem passa pela frente. A cena foi engraçadíssima porque essa parada é justamente o local de embarque e desembarque dos onibus do aeroporto. Então tinha gente puxando as malinhas e fugindo da água, enquantos os laranjinhas pediam para sair. Eu achei tão engraçado que fiquei estática olhando a cena e, do nada, a mangueira veio para cima de mim e eu me vi correndo da mangueira. A cena foi ridícula, porque poderia ter sido evitada se, simplesmente, o cara tivesse abaixado a mangueira enquanto eu e as outras pessoas saíam. Mas não foi isso que aconteceu e me escondi junto com um casal atrás de parada de ônibus. Coisas de Sevilla.






ps; finalmente comprei minha câmera e agora ficarei insuportável tirando foto de tudo quando é coisa =))
ps2: estou preocupada com a violência nas terras espanholas. Por esses dias, vi na capa do jornal que havia aumentado o número de mortes violentas. Agora são quase quatro por mês em toda a Espanha. Acho que o número diario em Recife ultrapassa pelo menos o dobro disso. É só ver o pebodycount


sábado, 26 de setembro de 2009

Aniversariando na Europa

Fazer aniversário longe de casa é um tanto quanto estranho. Não tem 500 mil presentes, nem 500 mil parabéns. Principalmente quando você está num país onde você conhece no máximo cinco pessoas. Mas a experiência compensa qualquer ausência de cor no seu dia "especial"

Almoçamos o velho macarrão com salsicha porque ainda não aprendemos que tipo de carne comprar por aqui. Carne bovina - minha preferida- é muito cara e ainda não sei escolher carne de porco. Hoje, talvez, vamos comprar um frango empanado, pra variar um pouco. O detalhes é que ainda, assim como todos da casa, não me acostumei com o horário daqui. Estamos funcionando no fuso de Recife: tomamos café às 14 (quando lá são 9h), almoçamos àh 17h ou 18h (12h) e jantamos perto da meia-noite. Ontem nao foi diferente.

Passei o dia em casa, a maior parte dormindo. Fui tentar comprar minha câmera (meu presente de aniversário), mas não encontrei a que eu queria, por isso estou saindo hoje de novo para procurar. O passeio valeu a pena para ver uma partezinha do Nervion Shopping e conhecer EL Corte Ingles, uma loja gigante, onde vende calcinha, dvd, bolsa, eletrônicos, comida, tudo que você imaginar. Só o preço que é um pouco salgado, mas ja que não paga pra olhar...

O jantar de aniversário foi no Mc Donaldos. Uma hamburguesa con queso que custava 1 euro. Mc aqui não é tao barato não, é mais caro que em Portugal, na verdade. Uma promoção do Big Mac (a único menu idêntico ao do Brasil) sai por 5 euros e 40, se não me engano. Em Lisboa, eu vi por 4,40. 1 euro faz muita diferença =)

Enfim, terminamos a noite na Alameda de Hércules, no Centro. Um lugar bem mais agradável que a Alfafa. É uma calle gigante, cheia de barzinhos e pessoas bebendo e comendo na rua. Gente de todo tipo: jovens, adultos, velhos, crianças, familias, tem pra todos os gostos e estilos. Sentamos com Glenda e Paulo, um casal de Pelotas que vive aqui há uns 4 anos e que super ajudou com dicas sobre a cidade. A noite foi ótima, mas bem curtinha já que a partir da 1h é proibido beber ou comer nas ruas. É uma lei municipal feita para coibir os chamados botellones, porque antes era muito comum as pessoas - jovens, principalmente - ficarem bebendo nas ruas durante a madrugadam, o que resultava às vezes em bagunça. Os policiais, então, chegam calma e civilizadamente pedindo para que todos entrem nos bares e se levantem do chão. É interessante como as pessoas abrem mão de certas liberdades individuais para manter a ordem. Parecem que aqui existe uma consciência pública, coisa que talvez esteja um pouco em falta no Brasil.

A parte hilária do dia ficou por conta dos cachorros soltos pela Alameda. Eles ficam brigando um com o outro no meio das pessoas. Uma dessas era eu. Um pastor alemão e um cachorrinho brigando e vindo para cima de mim. Quase fiz um escândalo, mas me segurei e, no máximo, fiz uma cara de "me tirem daqui!". Mudei de lado e voltei a conversar. Eu sabia que essa história de cachorro andar solto na rua não ia dar certo.



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Demorei, mas cheguei!

Adiei muito para começar a posta nesse blog, mas enfim parece que me veio uma inspiração legal para contar (quase) todos os pontos dessa viagem. O principal motivo para a demorar foi a difícil escolha do nome do blog. Depois de muito pensar e ouvir sugestoes bizarras (não é, larissa?), escolhi essa talvez não menos bizarra...

O meu maior medo de todos nessa empreitada passou e foi o aeroporto. Deus do céu, como temia aquela hora de entrar no portão de embarque! Não suportava a ideia de deixar minha casa, minha família, minhas coisas, meu lugar pra entrar num universo, que por mais curioso que fosse, nao fazia a mínima como funcionava. Esse momento foi até bastante rápido (gracias) e nao me deu brecha para refletir muito sobre o que essa viagem significava.

O que importa é que depois de quase oito horas de um voo bastante tranquilo, com diversas opções de entretenimento (das quais só fiz usos do sleep mode) cheguei ao quintal europeu. E que quintal, viu?? Todo mundo fala que Portugal é sujo, provinciano, dentre varios outros 'defeitos', que brasileiros - talvez por simples despeito ou espírito de vingança - adoram ressaltar sobre os nossos amigos lusitanos. A verdade é que Lisboa me pareceu muito limpa e organizada. É bem provável que encontre por aqui outros lugares mais limpos e organizados também, mas nada o mérito português.

Ficamos no Alfama Patio Hostel por uma noite e o bairro por si só já valeu a escolha. O albergue não era lá essas coisas (esse discernimento só tive quando cheguei em Sevilla), mas a localização na zona histórica da Alfama, onde as ruas se confundem com becos e as igrejas tocam sinos a cada 60 minutos, já compensam qualquer desconforto. O ambiente do hostel é bem familiar e a vistadá de frente para o rio Tejo, mas as instalações realmente deixam um pouco a desejar. Os ursinhos de pelúcia velhos pendurados no quarto, por exemplo, eram totalmente dispensáveis, o banheiro podia ser de um tamanho que me permitisse fazer todos os movimentos necessários para tomar banho, trocar de roupa, coisas básicas… Whatever, estou na Europa

Depois de passar a tarde rodando no Centro Comercial Colombo atrás de um laptop, me bate o arrependimento repentino de nao ter comprado um de doze polegadas... Enfim, eu provavelmente ja previa no meu subconsciente o que viria em seguida.

Saímos da Alfama no domingo perto das 9h para pegar o voo as onze e cinco para sevilla. Como economia é a palavra-chave para viagens por aqui - principalmente porque estamos pagando em euro - resolvi pegar um autobus com luiz paulo para o aeroporto, enquanto as meninas depois de perceber que o ônibus iria demorar muito, resolveram (sabiamente) pegar um táxi que lhes custou apenas 6 euros e uns quebrados.

Cheguei correndo pelo aeroporto de Lisboa (que agora está mais aeroporto, segundo o anúncio publicitário) e quasi perdi o vôo para Sevilla. Entrei no embarque na última chamada e a atendente quando viu nossas caras, disse: podem descontrair!




Mas antes disso, não pudia sair de Portugal sem ouvir uma pérola. Quando perguntei ao funcinário qual era meu portão de embarque, ele disse:
- É um retangular com a numeração em cima…

Pelo menos fiquei sabendo que meu portão não era um redondo!


SEVILLA

A chegada em Sevilla foi muito tranquila. O avião era um ovo, mas o serviço de bordo era ótimo e tive a brilhante de ideia de guardar o sanduichinho que eles serviam para comer depois. Pegamos um ônibus em direção a calle Menendez Pelayo, onde ficava o nosso albergue, o Samay. O problema é que paramos muuuito longe pra quem estava carregando duas malas, uma mochila, uma bolsa e um notebook (laptop é coisa de velho, segundo Luísa). Meu Deus, como minhas mão doíam, o suor pingava, e a vergonha batia das pessoas olhando pra gente na rua. A gente não podia nem tirar onda de mochileiro, porque tenho certeza que eles não carregam tantas malas. Foi a economia mais mal feita que já fiz aqui, deveríamos ter pego um táxi, claro! E não daria mais que cinco euros. Enfim, com um tempo a gente vai aprendendo ... Mas a cena foi
hilária =))


SAMAY


O Hostel de Sevilla é bem mais organizado, LIMPO e mais aconchegante, até. Só faltou um ar condicionado no quarto pra aliviar o calor, que ainda está intenso. É Recife sem a brisa!

Esse lance de albergue é muito engraçado porque tem gente de tudo quanto é canto e uma hora você fala portugûes, outra ingles e outra espanhol, que por sinal percebi que não estou tão ruim de ouvido assim. A única coisa chata é ter que ficar se preocupando com as malas e com as coisas espalhadas pelo quarto. No meu, além de Luisa, Luiz Paulo e Natalia, tinha Carmen (uma menina austríaca) e um italiano que nao sei o nome.

O recepcionistsa (é assim que chama??) do albergue era argentino e ficou colocando músicas brasileiras pra tocar, tipo Natiruts, Tribo de Jah, era reggaeiro. Agora lembrei que a mulher do albergue de Portugal conhecia Spok Frevo Orquestra. Hahaha

Eu quis apresentar´referências de qualidade pro cara, tipo Nação Zumbi e tal, e Luiz Paulo já veio com Exaltasamba... Não aguento essa fase pagodeira interminável que ele vive..

PRIMEIROS DIAS (EN RESUMO)

Nesses 3 dias aqui em Sevilla deu pra notar que a cidade é bem caliente e já estou torcendo para que o clima mude logo. Faz 36 graus de tarde e as espanholas teimam em usar lencinho no pescoço nesse calor infernal. Eu e Natália como queremos ficar iguais a elas também estamos fazendo isso. hahaha

Pra aliviar o calor nas ruas, a prefeitura coloca tipo umas tendas para proteger do sol. Pelo menos em Santa Cruz, o único bairro que conheci por inteiro até agora, funciona assim ja que as ruas sao bem estretinhas. Podiam fazem isso no vuco vuco de Recife também, ia aliviar bastante.


O povo aqui parece ser bem simpático e prestativo. Todas as vezes que paramos para pedir informações são super solícitos, mas não parecem ter muita paciência para dúvidas ou informações mal compreendidas. Eles e os portugueses deviam dar certinho, por isso que a União Ibérica não vingou.

Uma coisa que notei foi que os cachorros andam soltos na rua e odeio isso. Luiz Paulo diz que eles são educados, mas não sei não. Bicho é bicho e quero distância. Mas uma coisa que tá me parecendo universal é essa coisa do dono levar o cachorro pra fazer coco na rua. Tudo bem que aqui não é uma privada a céu aberto feito é em algumas ruas de Recife, mas tem muito coco pelas calçadas.


PISO

O que a sorte não faz, hein?! Depois de ouvir de todo mundo que estava muiti difícil alugar apartamento e de ligar pra vários números e ouvir o velho "ya está alquilado", conseguimos un piso bem melhor do que imaginávamos. Tudo isso por pura sorte.

A gente foi olhar um apartamento velho e acabado em Los Remedios. Chega fiquei deprimida, quando olhei e pensei logo "nao quero passar cinco meses aqui nao!". Quando descemos do prédio, um brasileiro ouviu a gente conversando alto pela rua e chegou pra falar com a gente. Era Paulo (Pablo, por aqui), um paulista que mora em Sevilla há sete anos e vive fazendo bico como garçom, etc.

No começo fiquei meio noiada. Ele foi tão prestativo (e tinha uma tatuagem da Gavioes da Fiel) que achei que fosse traficante ou cafetão (será que sou noiada??). Mas no final das contas, ele nos apresentou umas estudantes de Santa Catarina, super simpáticas, que tinham acabado de alugar um apartamento. A gente terminou achando pela internet um outro que também ficava em Los Remedios. Paulo com seu espanhol super fluente ligou e fomos visitar imediatamente. As propietárias eram duas senhoras que falavam super rápido e engoliam as palavras, Dona Patrocínio e sua irmã.

Ficamos encaantados com o apê que tem quatro quartos, cozinha toda equipada, varanda e é super novinho. Saiu por 860 euros, que dividido por cinco, ficará em torno de 170 ou 180 pra cada um. Tirando o fato que tivemos que desembolsar, além do aluguel, mais dois meses de fianza, o preço ficou bem justo. A localização é ótima (em Los Remédios), mas à noite é tão silencioso que se você falar um pouquinho mais alto, a rua toda escuta. Ontem mesmo estavámos conversando na sala e o vizinho de baixou bateu no teto (nosso chão) com a vassoura para reclamar do "barulho".

Enfim, foi um bom negócio, fechado em menos tempo que o previsto.


ERASMUS E A SWINGUEIRA

Ontem (quarta-feira), passamos o dia fazendo faxina, limpando o chão, banheiro, cozinha, tirando as roupas da mala, etc e tal. Á noite, resolvemos dar o ar de nossas graças nos bares sevillanos e fomos encontrar um pessoal de direito na Alfama, uma área cheia de bares e boates no bairro de Santa Cruz. Andamos quase uma hora pra chegar lá, mas a paisagem e a sensação de tranquilidade vale super a pena. O que não valeu muito foi entrar no Elephunk de graça. A boate - calorenta - estava cheia de estudantes Erasmus. Pensem num lugar com maior concentração de gente tosca, doida, e que dança mal por metro quadrado. Dá até pra fazer uma analogia com a galera que curte siwngueira e vai pro recife indoor. Bem que me avisaram pra fugir de festa dos Erasmus. O lugar era uó, a consumação era cara. Realmente, to em outra vibe ...