quinta-feira, 15 de outubro de 2009

I love Barcelona???


Barcelona não é Espanha. E Barcelona é o que? É Catalunya. E Catalunya é o que?
Viajei pra Barcelona na última quinta com uma visão meio romântica da cidade, do seu povo e da sua luta. Depois de conhecer os principais pontos turísticos durante seis dias, saí de lá sentido que não conheci verdadeiramente a cidade, ou talvez, a cidade que tinha na minha cabeça, na realidade, não existia.

Achei que ia me deparar com um lugar onde a identidade cultural seria muitíssimo forte e o que vi foi uma Barcelona abarrotada de turistas de cada canto do mundo e com 500 mil pontos de visitação feitos sob medida para esse público, que, por sinal, me inclui. Todos os lugares são absurdamente lindos, desde Barceloneta, ao bairro gótico ou a Sagrada Família e as demais construções de Gaudí, sem falar nos inúmeros museus de história, arte moderna, contemporânea, barroca, erótica, tudo para atender a qualquer um que chegue. Talvez seja aí onde mora o problema. Descobri que Barcelona não tem uma identidade, mas várias, muitas, do árabe, a peruana, pasquitanês, espanhola, boliviana, brasileira,ou qualquer outra.

Aparentemente, tudo cabe ali. Seria impossível eles se sentirem espanhóis ou pertencentes a qualquer outra nação, que não a Catalunya. Mas não aquela que a gente imagina, de raízes fortíssimas e sim uma cheia de cores, caras e vozes diferentes, que encanta pela diversidade mas assusta um pouco.

O apego saudável às origens que pensava que iria encontrar pareceu ser algo mais presente no discurso do que na prática mesmo. No dia a dia, essa defesa da raízes se traduz em antipatia e tratamentos bem mal educados com quem vem de fora, qualquer um. É muito contraditório pra uma cidade que de tão turística acaba se tornando meio "fake", e perde um tiquinho de seu encanto, que não é pouco. Barcelona é linda, enlatada e pronta para o consumo. No entanto, vale a pena.



4 comentários:

Unknown disse...

Esse é o perigo dessa globalização em massa.. Os lugares vão perdendo a identidade e deixando alguns valores de lado =//
Mas na situação de voces, acho que até provar isso tá valendo a pena, hen Debaum?
huhuuh
Aproveitem muito!!
Téo

guilherme disse...

essa ideia de querer ser centro e agrupar uma infinidade de opções perderia força por conta de um discurso identitário 'nacionalista'? achei massa esse ponto de vista..
pensei em nova york. acho que a cidade-símbolo dessa diversidade, mas que talvez não peque, justamente por ter um discurso genuinamente plural.

Unknown disse...

debii, mto bom teu blog! vou ficar entrando sempre! Saudade de vcs ;**
Nan

André Simões disse...

eu só digo que guilherme FILOSOFOU