domingo, 15 de novembro de 2009

Sobre Madri (com atraso) ...


Os sevillistas que gritaram "Puta madri, puta capital" no jogo do Sevilla contra o Real tinha razão mesmo. Madri realmente é uma puta capital, no sentido brasileiro da expressão. Pude comprovar isso no fim de semana retrasado (é, tô um pouco atrasada na postagem) quando junto com Luiz Paulo peguei um ônibus da Cia Socibus (30 euros ida e volta) e depois de seis horas estava na cidade rival de Barcelona. Essa, por sinal, perde feio, na minha opinião.

Chegamos umas dez da noite e fomos direto pra Alcalá de Henares, uma cidade que de trem fica a 40 minutos de Madri. É pequenininha, mas é bem simpática. Foi onde Cervantes nasceu e tem uns bares de tapas bem legais. Fomos recibidos por Patrícia, prima de LP, que no final nos presentou com um saudoso camarão ao leite de coco!

A rotina foi bem cansativa, porque acordávamos relativamente cedo (umas dez) e passávamos o dia todo em Madri. O ponto negativo de não estar hospedado lá mesmo, foi que não pudemos conhecer a noite madrileña a fundo... Apesar disso, acredito que os 4 dias que passamos lá foi suficiente pra dar uma boa geral nos principais pontos da cidade.



Palácio Real



A antiga sede da monarquia espanhola ainda recebe jantares oficiais hoje em dia. É incrivelmente lindo e bem conservado, principalmente as peças de tapeçaria. Guarda o luxo e a ostentação de qualquer residência real, mas vale a pena. Foi uma das poucas atrações que precisei pagar - 3,50, se não me engano - para entrar em Madri (ao contrário de Barcelona).


Templo Debod



Uma mini-construção egípicia no meio da Europa. Isso, na verdade, foi um presente do governo do Egito em agradecimento a alguma ajuda prestada pelo governo espanhol. O que importa é que isso aí no final da tarde e comecinho da noite é simplesmente lindo. Tudo bem que a iluminação ajuda bastante mas como fica num ponto relativamente alto de Madri, é possível ver a cidade toda e, principalmente, um pôr-do-sol mais bonito que o da Praia do Jacaré (viu, larissa?).



Gran Via

Esse foi um outro ponto por qual passei várias vezes, principalmente depois do espírito semi-consumista que assumiu o corpo de Luiz Paulo nos últimos meses. Como ele mesmo disse, nunca fomos a Nova York, mas com certeza deve ser algo parecido com essa rua. Tem mil e uma lojas e teatros para todos os lados. Está infestada de letreiros, carros e gente, mas é muito boa para passear, mesmo pra quem não quer (ou nao pode) comprar nada.


Plaza Mayor


Bares e artistas aí é o que não falta. O melhor é ir direto ao Museu do Jamón e pedir um croissant de jamón e queso por um euro, acompanhado por uma bebida que vale um euro também. Esse foi um daqueles pontos por quais passei várias vezes, só pra olhar o movimento e coisa e tal.


Puerta do Sol

Uma praça gigante onde funcionada tipo o marco zero de Madri. Passagem obrigatória, claro.


Museu de Reina Sofia




Se não me engano, é de graça aos sábados depois das seis horas. Essa é a hora da farofa, principalmente porque estávamos no meio de um feriadão. Mas a farofa é organizada. A quantidade de obras é tanta, que a melhor opção quando o tempo está muito apertado é pegar o guia do museu e selecionar as obras ou artistas que você quer ver. Foi o que fizemos e deu super certo. Consegui ver Guernica, de Picasso e é super fácil de identificar onde está. Se você vir de longe um amontoado de gente tirando fotos em torno de algo não-identificado, é Guernica na certa. Mas o museu também vale a pena por outros pontos. Fora outras obras de Picasso, o acervo também conta com peças de Dali, Miró, Magritte e outro artistas que não lembro mais. E sem falar nas fotografias e propagandas de governo durante a Guerra Civil Espanhola. Diante de tudo isso, desnecessário dizer que o Reina Sofia é parada fundamental pra quem vai a Madri.


Museu do Prado

Diferentemente do Reina Sofia, o acervo não é composto por obras modernas ou contemporâneas, mas conta com pinturas de artistas como Botticelli, El Greco, Rembrandt, sem falar de Velasquez e suas "meninas" e de Goya. É um museu bem didático, com quadrinhos explicando e contextualizando a maioria das obras. Isso é bem importante para os não entendedores de arte, feito eu.

Parque do Bom Retiro

Absurdamente grande, lindo e frio. Resolvi conhecer o parque justo no único dia que fez friozinho em Madri e logo quando estava totalmente desprevenida. Mas o piquenique a base de doritos, ruffles e chocolate ajudou a esquenta (ou não).

El rastro




Há quem diga que é uma feira como outra qualquer. E deve ser mesmo. Mas como eu gosto muito de feiras, mercados e lugares cheio de gente vendendo e comprando coisas baratas, não poderia deixar de ir. Realmente é um tend-tudo a céu aberto: de livros, a casacos, botas, cds, calcinhas e outras coisas mais. O meu saldo foi um livro, um sobretudo,uma bag pra câmera, um vestido e uma satisfação do tamanho do mundo.


El tigre

É o lugar pra quem gosta de tapas baratas e não faz questão de comer em pé e espremido. Por "míseros" dois euros você leva um prato relativamente grande de tapas variadas (tortilla, pão, jamón, chorizinho, patatas bravas) e mais uma bebida. Queria ter ido de novo.





Provavelmente devo ter esquecido de algum outro ponto turístico, mas é que agora não me vem mais nenhum à cabeça. Deixei de lado a visita ao campo do Real Madri. Primeiro porque torço pelo Sevilla (???) e depois e PRINCIPALMENTE porque custa 15 euros para fazer um tour pelo estádio, o que pra mim é altamente dispensável. Quinze euros são três promocões no Mcdonalds ou sete tapas com bebida no El Tigre. Também não fui na Plaza de Toros. O lugar ficava meio afastado de todos os outros pontos turísticos - embora Madri seja bem grande, as principais atrações estão de certo modo concentradas - e imagino (só imagino) que não deva ser muito diferente da Maestranza daqui de Sevilla.

Mas enfim...Madri tem um quê de grandiosa e um cosmopolitismo - típico de qualquer grande capital - na medida certa, sem muitos excessos. Turistas tem muitos mas em nenhum momento me senti sufocada por isso. Madri, se não for, chega bem perto da imagem pré-construída na minha cabeça do que seria Europa, já Barcelona, nem tanto - e não é isso que tira seu mérito, claro.

4 comentários:

Anônimo disse...

"principalmente depois do espírito semi-consumista que assumiu o corpo de Luiz Paulo nos últimos meses."

ha ha ha...até parece que era eu quem queria ficar indo para a Gran Vía.

Veridiana Almeida disse...

li tudinho debi, adorei! ainda bem q tu és jornalista, escreve tão bem que me senti aí com vocês! beijão.

Unknown disse...

Madrid perde feeeeeeeeio pra Barcelona!

Unknown disse...

teus textos tão massa, débora!

concordo contigo que madrid dá de dez a zero em barcelona. eu, que não dava nada pela espanha, tive em madrid o melhor exemplo de como o país vale a pena. de capital, os espanhóis tão muito bem servidos.

tu passasse pelo prédio dos correios de madrid? senti falta do teu comentário sobre..

e sobre a galera em cima de guernica.. mesma coisa com a monalisa, no louvre! onde tiver um monte de japa tirando foto, pode ter certeza que é lá que ela está.

beijo!